Capítulo IV- A Jornada
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Yuri, Neloph e Rose já tinham cruzado as fronteiras entre o reino do qual vieram para a república, onde pegariam um aeroplano na capital Juno, com destino Rachel, a capital de Arunafeltz, de onde entrariam em Cirod, através da caverna de gelo. Um dos fatores que contribuiu para que Cirod se isolasse dos outros países é o fato de suas fronteiras serem delimitadas por cadeias gigantescas de montanhas, o qual era muito difícil, mesmo para grandes aventureiros, de atravessar, além dos monstros gélidos que viviam lá. Até que foi descoberto um caminho razoavelmente fácil, através da caverna de gelo, o qual atravessava por baixo dessas montanhas, levando direto para o outro lado. Lá também haviam monstros, mas como era um terreno mais estável do que escalar montanhas, tornava-se fácil para os aventureiros utilizarem esse caminho.
Estavam subindo uma ponte que ligava o solo com a cidade flutuante de Juno, quando Yuri novamente estava com os pensamentos em seus antigos parceiros, Hissen e Yoshino. Neloph parecia mais contente em visitar Juno, devido suas ligações com magia. Rose parecia quieta com a situação. No caminho, os rapazes explicaram toda a situação para ela, o que não a deixou muito impressionada, exceto de descobrir que Yuri na verdade era bem mais velho do que parecia. Além disso, quando estavam cruzando o planalto de Juno, foram atacados diversas vezes por Harpias e outros monstros aves que ali habitavam. Rose provou ser mais forte do que parecia: Ela destruiu um bando todo, apenas com bombas ácidas que ela mesma criava. Rose também possui um Homúnculo que estava o tempo todo escondido em sua bolsa. É uma Lif, uma pequena fada que possui folhas no seu corpo, e por esse motivo, foi lhe dada o nome de Leafy. Não era forte com ataques mágicos, mas seu suporte sempre foi essencial para Rose durante as lutas.
Ao chegarem em Juno, Yuri olhou em volta, tentando esconder no seu rosto o quão estava impressionado com a cidade, o qual não se lembrava da última vez que visitou. Depois retirou um punhado de zenies do bolso e entregou para Neloph:
-Aqui. Sou um homem de palavras. Pegue. – Disse ele, entregando o dinheiro.
-Por que está me dando isso? Não estou entendendo...- Disse Neloph confuso.
-Eu apostei que aquela garota não iria ser de ajuda...bem, me enganei, graças à ela chegamos aqui bem rápido.
-Mas eu não tinha apostado...Yuri, eu nem tive tempo de agradecer por ter me salvo naquela hora contra a rainha, desculpe mesmo. - Neloph o saudou em forma de agradecimento.
-Não foi nada...- Disse Yuri de forma indiferente.
-Mas ei, Yuri, e aquele ferimento? Você parece totalmente bem! –Disse Neloph surpreso.
-Que ferimento? – Perguntou Yuri sem entender.
-A abelha rainha tinha lhe dado um choque e tanto, além disso você bateu as costas em uma rocha que quebrou no impacto. Mas olha só, você não parece sentir nada desde aquilo. Também não vejo nenhum machucado em você! – Explicou Neloph.
-Ah, aquilo...bem...aquilo não foi nada. Deixa isso pra lá. Vem, temos que ir até o aeroporto.
Quando se viraram para andar, uma voz familiar os chamou então olharam para trás e viram Reymond com um livro em suas mãos: Era o mesmo Death Note de antes.
-Mestre Neloph! O que está fazendo aqui em Juno? – o jovem mago então viu Yuri e Rose e se curvou em saudações:- Bem vindos a Juno, minha cidade natal e sede da academia dos sábios, capital da gloriosa república de Schwartzvald.
Neloph se aproximou sorridente de Reymond e perguntou:
-Reymond, o que você está fazendo com esse Death Note por aqui?
-Bem, eu estou aqui pois andei consultando com outros colegas à respeito desse livro. Não obtivemos muitos resultados, então resolvi apresentar o que conseguimos até agora aos sábios. Ah, também preciso terminar minha tese que irei apresentar na palestra amanhã, para a seleção de novos sábios. –Explicou Reymond. – E vocês? O que fazem por aqui?
-Estamos indo para o aeroporto, vamos pegar o próximo aeroplano para Rachel. Eu vou ficar longe da guilda dos magos por um tempo, e não se preocupe, deixei um outro arquimago confiável no comando enquanto estou fora. – Disse Neloph
-Ai, garoto, então você vai ser promovido para sábio? – Perguntou Yuri, enquanto Rose parecia perdida observando a conversa deles.
-Sim, senhor, como disse, amanhã terá uma palestra na academia para apresentação de teses, que serão julgadas e decidirão quem será aprovado. Eu tenho confiança de que irei conseguir, levei semanas fazendo essa tese, falta muito pouco para completa-la.
-Bem, não vamos tomar mais seu tempo, ainda temos uma viagem pela frente. – Disse Yuri e deu as costas seguindo em frente.
-Pois bem, Reymond, eu pretendo dar suporte para Yuri nessa jornada dele, sabe, ele me salvou há um tempo atrás e quero ver até onde ele irá. Logo pude ver que ele não é tão mal quanto parece. Boa sorte com sua tese amanhã! – Disse Neloph cumprimentando Reymond.
-Mestre... eu vou acompanha-los também, assim que conseguir me juntar à academia. Vocês estão indo para a Cidade Imperial, não é mesmo? Pois bem, eu estarei lá assim que puder. Sinto que Cirod é um lugar muito interessante e merece ser observado e estudado. – Disse Reymond
-Ok, então, é um trato. Até logo, Reymond- Disse Neloph se virando e acompanhando Yuri e Rose, que já estava seguindo ele.
Chegando no Aeroporto, Rose perguntou sobre Reymond, então Neloph explicou sobre as negociações que Yuri fez com a guilda dos magos, que envolvia descobrir mais sobre quem ou o que era ele exatamente. Tais fatos deixou Rose ainda mais curiosa a respeito de Yuri. Ela já o achou interessante desde que soube dos eventos no monte Mjolnir, e mais ainda agora, sabendo de sua história obscura. Ela, assim como Neloph, enxergava certa bondade no ceifeiro, apesar de sua expressão vazia e seus surtos de querer derramar sangue do que aparecer em sua frente. Ela sabia que havia algo, talvez humano, por baixo daquele demônio assassino que não o deixa ser tão impiedoso como era visto na época de mercenário. Ela o encarou tanto, que ele virou para ela perguntou:
-O que foi, Rose? Alguma coisa errada? –Disse ele meio sério olhando para ela.
-Não...nada. Estou bem. Vamos, nosso aeroplano está logo a frente.
Eles já estavam subindo na plataforma de embarcação, cada um pagou sua passagem e já podiam ver o aeroplano que os levará para Rachel. Pegaram uma fila média até embarcarem. O aeroplano levantou voo às 15:00 e estava previsto chegar às 21:00 em Rachel. Ao cair da noite, Yuri, Neloph e Rose se sentaram em uma mesa numa taverna dentro do aeroplano, onde estavam muitos dos passageiros, comendo, conversando e jogando jogos de cartas. Eles ficaram horas conversando sobre suas vidas e jogando pôquer. Até que uma cavaleira, com uma cara preocupada, se aproximou deles e perguntou:
-Com licença, algum de vocês encontrou algum punhado de zenies perdido por aqui? Eu ia usá-los na aposta do jogo de dados, mas de repente sumiram da minha mesa.
-Não, moça, não vimos nada, sinto muito. - Respondeu Neloph educadamente.
-Obrigada, mesmo assim. Droga, sem aquele dinheiro, vou ter de começar a apostar maçãs mesmo. Bem, vou ter que me contentar com suco de maçã mesmo. Até mais.
Yuri estava com o capuz cobrindo sua cabeça e parte do rosto, de braços cruzados e olhos fechados, no que parecia ser um cochilo, quando na verdade estava apenas pensando na partida de pôquer o qual estavam jogando. De repente, ele se levantou e Rose o perguntou:
-Aonde você vai, Yuri?
- Eu já volto. Preciso ver algo. - E caminhou para fora da taverna.
Yuri saiu da taverna e observou o convés do aeroplano, que parecia uma caravela voadora. Olhou para o céu, que já estava coberto de estrelas e uma belíssima lua crescente, depois olhou para sua frente, e avistou alguém que estava virado de costas e fumaça saia de sua frente.’ Alguém fumando’, pensou Yuri, que resolveu se aproximar do indivíduo que percebeu sua presença e se virou para vê-lo. Yuri viu as vestimentas de um arruaceiro, um cigarro em sua boca, e em seguida, um rosto o qual se lembrava um pouco.
-Zoro? O que está fazendo aqui? –Perguntou Yuri surpreso em ver ele ali, naquele voo.
-O que você acha? Estou indo para a Cidade Imperial também. Agora que me tornei um arruaceiro, não posso perder a oportunidade de lucrar naquele lugar tão rico. Além do mais, tenho negócios a tratar em Rachel também. –Respondeu Zoro.
-Não parecia que ia tomar esse rumo...Como chegou aqui tão rápido? - Perguntou Yuri.
-Pelas Kafras, ué. Juntei bastante zeny de certos furtos e assaltos que andei fazendo em Prontera e paguei pelo telestransporte. Você tem dinheiro e mesmo assim não as utilizou por quê?
-Bem, preciso economizar o máximo que puder, se vou financiar uma nova guilda quando chegar em Cirod, sem falar de que precisarei de apoio dos renegados, que só com dinheiro para conseguir tal. - Respondeu Yuri.
-Entendo, acho poderei ajudar depois. – Disse Zoro e puxou mais um cigarro.
-Certo. Te vejo por ai então. - Disse Yuri e retornou para a taverna do aeroplano.
Ele ainda tinha notado que Zoro estava com uma pequena sacola de zenies, que certamente não pertencia a ele. ’Seria daquela mulher de antes?’ Pensou ele enquanto retornava para a mesa onde Neloph e Rose aguardavam para continuarem a jogar. Ele deixou isso para lá, pois não era problema seu, além do mais, Zoro seria um bom aliado, sendo um arruaceiro, para ajudá-lo a conseguir a confiança dos renegados. Eles passaram horas jogando até chegarem em Rachel. Se dirigiram diretamente para o único e luxuoso hotel da capital. Ao se acomodarem, Yuri disse para os dois:
-Nós partiremos de manhã cedo para a caverna de gelo. Assim que atravessarmos, estaremos dentro do Império, mas ainda faltará uma certa distância até a capital de lá. No caminho existe uma cidade, onde poderemos descansar.
Yuri não falava em descansar pensando nele, pois seu corpo aguentaria incontáveis dias de viagem a pé, mas os outros dois eram humanos, ao contrário dele, e por isso tinha de se certificar de que eles estariam dispostos a seguir viagem tranquilamente. Após dizer aquilo, eles foram dormir.
De manhã cedo, Rose foi a primeira a acordar (Yuri nem sequer dormiu) e avistou o ceifeiro sentado à beira da janela do quarto o qual estavam hospedados, sentindo a brisa matinal e observando o sol se levantar. Ela via certo prazer e uma serenidade em seu rosto, que ao ser iluminado pelo sol, parecia brilhar intensamente, pela sua cor tão clara. Ele estava de olhos fechados mas mesmo assim sentia a presença de Rose, que apenas o observou quieta e então o deixou ali. Neloph acordou meio hiperativo e rapidamente se arrumou e checou seus itens, limpou seu bastão e colocou seu óculos. Quando Yuri se deu conta, viu Neloph arrumando as coisas de Rose, no carrinho o qual ela carrega desde coisas para venda até seu arsenal de poções mágicas, feitas por ela mesma. Yuri se aproximou dele e comentou:
-Parece que alguém está sendo muito gentil com a dama, arrumando as coisas dela. E onde estaria ela? –Perguntou ele
-Está no banheiro. Creio que vá demorar, então me ofereci para arrumar isso, assim podemos sair o mais cedo que pudermos. - Respondeu o arquimago.
-Pois bem. Eu vou descer e pagar a estadia. Estarei esperando na entrada, não demorem. - Disse Yuri
-Isso já não depende de mim, caro amigo...
Yuri pagou à estadia ao atendente do hotel, além de pegar referências sobre o caminho que teriam de tomar para chegar à caverna de gelo, que felizmente era bem perto dali, apesar de terem certos monstros no caminho que iriam atrapalhar a viagem. Neloph e Rose chegaram logo depois que Yuri consultou um mapa que estava na parede do hotel. Quando viu os dois, apenas acenou com a mão para que eles o seguissem e colocou o capuz, então saíram da cidade.
Seguiram para o norte, onde encontraram muitos lobos do deserto e ventos da colina (aves humanoides que sempre atacam em grupo). Yuri sempre lutou dando cobertura para Neloph utilizar suas poderosas magias que eram capazes de destruir grupos inteiros de monstros, como a chuva de meteoros, que era muito devastador. Rose atacou com seu ácido e seu homúnculo dava suporte de cura para eles. Yuri saiu ileso de todas as lutas que enfrentaram até chegar na caverna de gelo, devido sua agilidade que ultrapassava os padrões de um sicário, enquanto Neloph e Rose tomavam poções para se manterem bem. Ao entrarem na caverna de gelo, Yuri, que só vestia o sobretudo e tinha boa parte de seu corpo exposto não sentia frio algum, enquanto Neloph acendeu uma chama reveladora, cuja função original é revelar qualquer ser que esteja escondido, dessa vez para mantê-lo aquecido. Rose, vendo aquilo, começou a andar ao lado de Neloph para não sentir frio.
Após descerem mais fundo na caverna, Yuri ainda andando disse para os dois:
-Essas partes da caverna sempre estiveram aqui, mas logo chegaremos na passagem descoberta, que leva para o outro lado da caverna. Neloph, como está sua energia mágica?
-Cheia. Minha recuperação natural é alta, e por isso não temos de nos preocupar com falta de magias. Por quê?
-Na passagem que foi descoberta, existem muitos golems de gelo, e outras criaturas do elemento água. Você pode acabar com elas com seus relâmpagos e isso nos poupará tempo. - Respondeu Yuri.
-Sem problemas, basta mantermos a mesma formação que fizemos antes da caverna, mas dessa vez, peço mais cobertura, pois existe uma magia em particular que leva mais tempo para eu conjurar. - Disse Neloph.
-E o que seria? – perguntou Rose
-Vocês logo vão ver... – Respondeu Neloph ajeitando os óculos.
Rose ficou quieta sem entender do que aquilo se tratava, enquanto Yuri deu um leve sorriso, pois sabia muito bem o que Neloph estava planejando a seguir. Ao chegarem no ponto mais fundo da caverna, depois de enfrentar alguns monstros gélidos, eles se depararam com uma parede de gelo bem sólida e então pararam. Rose, sem entender, perguntou:
-Por que paramos?
-É aqui. Preparem-se. – respondeu Yuri.
Ele desembainhou Betrayal e se aproximou da parede, então fincou a adaga nela com muita força, o que resultou em um impacto meteoro, que afetou toda aquela parede que rachou e se quebrou, mas de repente os pedaços de gelo começaram a se movimentar e formaram grupos: Foi então que perceberam que a parede era feita de golems de gelo, que se enfureceram com o que Yuri fez. Ele mexeu a cabeça para estalar o pescoço e disse:
-Lá vamos nós. – E com betrayal em mãos, atacou intensamente aqueles golems, desviando de seus ataques com muita perícia. Neloph então começou a conjurar alguma magia que cobria toda a área onde estava Yuri e os golems. Ele então virou para Rose e disse:
-Nem todos vão atacar ele, então me dê cobertura para os que nos atacarem!
-Pode deixar! – Disse ela.
Como previsto, alguns golems resolveram atacar Neloph, pois ao conjurar, ele atraia atenção deles, pois o viam como ameaça. Rose desembainhou uma pequena espada que levava consigo e começou a lutar contra os golems, arremessando misturas que se tornavam fogo grego. Infelizmente, apesar de derreter bem os golems, a água que escorria do gelo derretido apagava as chamas, fazendo com que não fizesse muito efeito. Rose então comandou Leafy para lhe dar suporte a curando e atacando os golems restantes. Isso foi tempo o suficiente para Neloph terminar de conjurar a magia e já estava pronto para solta-la. Ele então gritou para Yuri:
-Agora! Ira de Thor!!!
Então Yuri rapidamente recuou saltando para trás, se afastando dos golems, e antes que eles pudessem perseguir, foram atigindos por um gigantesco relâmpago acompanhado de um rajada de relâmpagos menores. Os golems de gelo foram completamente dizimados e não deixaram nenhum vestígio.
Yuri ajudou à Rose a dar cabo dos que sobraram e não ficaram na área da magia lançada por Neloph, então em poucos segundos, eles haviam esvaziado todo o andar que estavam. Rose se sentou ofegante e Neloph apenas ajeitou os óculos e foi até ela, enquanto Yuri observava a passagem recém aberta por eles. Aquela passagem ficava normalmente aberta, mas as vezes por acaso, vários golems de gelo se juntavam ali para hibernar e acabavam formando uma parede bem na passagem. Pouco tempo depois, eles retomaram a andar e em poucos minutos, alcançaram o outro extremo da caverna de gelo.
Na saída, se depararam com uma floresta úmida e que se expandia para além do horizonte que enxergavam. Estava um sol forte quando entraram na caverna, mas agora na saída, estava bem nublado e pouco claro em comparação a antes. Yuri então avistou uma placa na frente de uma árvore grande e brilhate: “Serenia”, lia-se na placa, com uma seta apontada para o Norte/pouco Noroeste. Então se virou para os dois que estavam logo atrás:
-Nós atravessamos a fronteira. A partir de agora, estamos em território Imperial. Existe uma cidade à poucas horas daqui, lá poderemos arrumar um mapa para chegarmos na capital nacional. – Disse ele e começou a seguir a pequena trilha o qual era indicada pela placa.
Eles foram andando pela trilha, então Neloph comentou:
-Fascinante...agora estamos em um território novo para nós. Mal posso esperar para ver que tipos de coisas encontraremos aqui.
-uau...- Disse Rose, enquanto andava observando as árvores cujas folhas brilhavam de belíssima forma. - Será que são mágicas?
Yuri permanecia em silêncio, olhando tudo a sua volta, atento a qualquer coisa fora do comum que surgisse: a floresta em si, já não parecia ser normal, pois nunca se foi visto nada igual entre as três nações, era um ambiente novo.
De repente ele parou e ficou olhando para frente como se tivesse avistado algo. Os outros dois também pararam ao vê-lo, então Neloph se aproximou dele e perguntou:
- O que foi Yuri? Por que parou?
Yuri não falou nada, apenas fez um gesto com a mão, apontando para frente. Então Neloph olhou para aquela direção e viu o mesmo que ele: Uma mulher estava ajoelhada e ofegante segurando a espada fincada no solo. Eles correram para perto dela e reconheceram ela do aeroplano: Era a mesma cavaleira que perguntou a eles sobre o dinheiro que parecia ter “perdido”. Ela possuía o cabelo azul e mais longo do que Rose, vestia uma armadura de aço flexível e por cima, um manto bege com o símbolo do reino de Rune-Midgard, e uma capa da mesma cor. Sua espada era grande e pesada, propriamente usada com duas mãos, com um cabo feito de forma bem enfeitada: Uma claymore. Rose se agachou para ver seu rosto, que parecia bem cansado e ela respirava rapidamente e ofegante. Ela perguntou para a cavaleira:
-Você está bem? O que aconteceu?
Ela então olhou nos olhos de Rose e respondeu:
-Monstros...fomos separados...vocês...eu vi vocês no aeroplano...me ajudem, por favor...não...eu mesma vou resolver isso. – E se levantou e puxou a espada. Mas ela mal conseguia se manter de pé e suas pernas tremiam.
Yuri chegou ao lado dela e disse:
-Não seja durona, mulher, você está exausta. Parece que lutou muito. Quem estava com você? Para onde foram?
Ela então desabou e sentou no chão, ainda segurando a espada, e respondeu:
- Meu amigo, Arthos. Resolvemos vir para o império juntos, por curiosidade, queríamos saber como é aqui, procurar aventura e outras coisas. Atravessamos a caverna de gelo facilmente, mas quando chegamos aqui, fomos atacados por árvores fantasmas: ela se mexiam como monstros e uma aura saia delas, uma espécie de magia negra. Nós estávamos lutando contra elas, mas são fortes, então um grupo maior nos emboscou e nos separou. Eu conseguir dar conta de alguns que estavam me atacando...por pouco, e Arthos está lutando com o restante, logo à frente. Precisamos ajuda-lo.
Yuri pensou por alguns segundos e virou para Neloph dizendo:
-Vamos.
E disse para Rose:
-Cuide dela e trate dos ferimentos, nós vamos trazer o amigo dela de volta.
A cavaleira então para o ceifeiro e disse:
-Espere. Qual seu nome?
-Yuri...- Respondeu ele.
-Meu nome é Jenny, obrigada por nos ajudar, assassino.
-Tenha cuidado Yuri. Vocês dois. – Disse Rose.
Yuri não respondeu nada de volta e apenas correu em frente, com Neloph logo atrás, o seguindo, deixando as garotas ali. Mais à frente, avistaram um monte de galhos embolados se mexendo, formando uma espécie de círculo, e por dentro, podia-se ver uma aura negra. Yuri virou para Neloph e disse:
-Comece a invocar os meteoros, eu vou fazer uma coisa.
Neloph respondeu:
-Hum...ok, espero que saiba o que vai fazer.
Então Yuri caminhou lentamente até aquilo e parou bem na frente. Observou bem e então enfiou o braço no meio daqueles galhos vivos. Neloph gritou:
- O que está fazendo?
-Pescando. –Gritou de volta.
Então deu um forte puxão com o braço, puxando pela capa para fora, um homem que segurava uma espada e um escudo enorme, então gritou para Neloph:
-Agora! Ataque esse troço.
Neloph soltou uma chuva de meteoros encima daquele amontoado de galhos, explodindo e destruindo a magia negra q cercava ali. Então os galhos pegando fogo se revelaram como árvores vivas, que estavam possuídas por magia negra. Poucas delas foram derrotadas, outras se enfureceram com o ataque, e mesmo queimando vivas, soltaram ruídos de raiva. Yuri vendo aquilo disse:
-Bem persistentes, não? Já é bem diferente do que já vi antes, são fortes. Não esperava menos do Império, tendo monstros tão fortes quanto aventureiros. –Sorriu maliciosamente e desembainhou a lâmina da traição.
O homem que estava preso naquela armadilha criada pelos monstros se levantou observando tudo e se aproximou de Yuri dizendo:
-Deixe-me ajuda-lo!
-Não, eles são meus! –Exclamou Yuri- Mas você é bem-vindo a tentar matar alguma coisa antes que eu acabe com a raça deles.
O homem vestia uma armadura pesadíssima, com uma ombreira enorme, uma capa azul, e uma roupa com cruzes, armado com uma espada e um escudo. Tinha o cabelo verde e curto. Era Arthos, um templário. Ele olhou sorrindo para Yuri dizendo:
-Aceito o desafio.
Então ambos foram para cima dos monstros.
Rose estava contando toda a história da jornada deles para Jenny, enquanto lhe dava poções, principalmente sobre Yuri, quem estava tão obcecada. Jenny ficou surpresa sobre a história de vida dele, pelo fato de ser um demônio. Ela e Arthos sempre repudiaram demônios mas ser salva por um era totalmente estranho. Ela explicou para Rose que Arthos, como templário, tinha uma fé inabalável, e um ódio profundo pelos demônios. Iria ser bem complicado saber a reação dele quando descobrir o que realmente Yuri era. Logo que elas terminaram de falar em tal assunto, eles surgiram da mata e se aproximaram. Arthos foi o primeiro a falar:
-Jenny. Você está bem?
-Estou sim, Arthos, esses três me encontraram aqui. Devemos agradece-los.
-É claro. Não teríamos conseguido sair dessa se vocês não tivessem aparecido. Muito obrigado mesmo. – Arthos saudou em forma de agradecimento.
Neloph respondeu:
-Ora, não foi nada, nobre templário. Mas não acha meio irônico ter sido salvo por um demônio, o qual imagino que já tenha matado tantos? –Disse ele apontando para Yuri.
Arthos desembainhou a espada e apontou para Yuri:
-Demônio? Você? Eu vou purifica-lo! Com a morte!
Jenny se levantou rapidamente e parou na frente de Yuri que permanecia em silêncio. Ela disse:
-Não seja cego, Arthos, ele nos salvou, não importa se ele é isso ou aquilo, não o ataque!
-Mas é um demônio! Criatura maligna, inimigo de Deus.
-E daí? Pare para julgar as ações dele agora. Se não fosse por ele, eu e você estaríamos mortos! Não importa o que ele seja por fora, olha para dentro dele, ele agiu como demônio algum agiria! Não faça algo precipitado, seu tolo pois eu não vou deixar!
Arthos ficou encarando ambos em silêncio com a espada apontada pare eles. Então respirou fundo e embainhou a espada de volta. Jenny abriu um sorriso e saiu da frente de Yuri. O Templário se aproximou dele:
-Ela tem razão. Não importa o que seja, suas ações são nobres, além do mais, você me parece bem humano.
-Longa história. – Respondeu Yuri.
-Bem, então pode nos contar no caminho. - Disse Jenny- Eles estão indo para a capital. Por que não vamos com eles?
-É uma ótima ideia. Podemos ir com vocês? –Perguntou Arthos.
-Mas é claro que sim. – Respondeu Neloph.
-Nem precisavam perguntar. – Disse Rose.
-Hmpf...eu não vou parar para esperar se ficarem para trás. –Disse Yuri.
Então retomaram a andar rumo à Serenia, primeira cidade na trilha que vem da fronteira com Arunafeltz. Após passar por ela, faltaria poucas horas para o fim dessa jornada, que mal sabiam eles, era apenas o começo da história que será escrita para sempre na memória dos aventureiros futuros.
Chegaram em Serenia no final da tarde. Como esperado, era uma cidade com um aspecto diferenciado, com uma cultura bem diferente, cujas pessoas tinham um pequeno e quase despercebido sotaque, mas que falavam cordialmente e educadamente. Serenia não era grande, porém era um ótimo lugar para aventureiros se pousarem se estão seguindo rumo para a capital ou para outras cidades do império. A cidade tinha esse nome pois é cercada pela ‘floresta serena’, nome dado pelos habitantes para o local onde Yuri e os outros passaram agora pouco. O maior problema eram aqueles monstros, mas felizmente na cidade existiam torres, muros e dois quartéis da Guarda Imperial: Um dos Cavaleiros Negros e outro dos Guardiões Cruzados.
Esses representavam o glorioso poderio militar de Cirod. Yuri e os outros, visando aprender mais sobre o império, conversaram com cidadãos e aventureiros locais na taverna central, onde também passariam a noite lendo sobre tudo. Foi explicado à eles que Cirod tem um problema antigo o qual vem enfrentando por séculos: Hordas de monstros poderosos, pior do que qualquer outro lugar. Os humanos que habitam esse pedaço do continente precisaram se fortalecer, por isso foi criada a ideia de juntar as nações que conviviam com esse problema em um só país. O então reino de Cirod recebeu apoio de três reinos vizinhos: Medina, Esthior e Galia, e formaram um reino unido no sul. Três outros reinos se opuseram à ideia de um império, pois eram nacionalistas e queriam preservar a autonomia de cada um. Esses eram os reinos de Velgin, Lefronsoir e Northland. E por último e decisivo, ficou o Reino de Briton, que ficou neutro e portanto não escolheu lados, apesar de ser um reino nacionalista assim como os outros que se opuseram aos reinos do sul. Uma guerra se desencadeou depois de anos entre esses reinos: uma guerra entre Norte e Sul. Depois de 20 anos, o Sul estava vencendo a guerra, pois já havia anexado Lefronsoir e 80% de Velgin. Northland estava intocada, mas não tinha muito poder militar. A vitória foi marcada por um acordo de última hora criado por Briton: Demandou taxas e suporte político dos reinos do sul (pois estava em crise política), em troca de poder militar, que era altíssimo, e ser parte do império. Cirod e o sul aceitaram os termos, então Briton em pouco tempo e quase sem esforço anexou Northland, antes intocada, agora dominada. No fim, Velgin declarou paz e então os reis do sul fizeram uma comemoração em sua capital, Veld. Como Cirod era a maior potência econômica e militar na época (Briton era a segunda por pouco), foi escolhida como província principal, e sua capital, que tinha o mesmo nome, passou a ser a capital do Império recém formado, cujo Rei se tornou Imperador.
Essa guerra, porém custou muito das agora províncias do império, e os monstros eram muito fortes. Aquela região já foi invadida diversas vezes por demônios diretamente do sub-mundo, há vários anos, quando os reinos eram colônias do país que ficava ainda mais ao norte do império: Varsódis, uma enorme ilha continental e feita de gelo do qual, de acordo com os imperiais, foi de onde vieram os primeiros humanos. Quando esse povo do norte tentava colonizar a atual área do Império, os demônios surgiram, causando diversas guerras entre eles. Poderosos líderes entre os humanos vieram de Varsódis e unificaram as colônias, vencendo os demônios e selando eles de volta ao sub-mundo. Essa guerra está ligada diretamente ao Ragnarok, contado pelo povo de Rune-Midgard como a guerra final entre os deuses, mas Cirod tinha um ponto de vista muito diferente desses eventos, pois a religião deles era diferente. A questão nisso tudo é que, apesar de os demônios terem sumido, a influência maligna deles permaneceu naquela terra, dando origem à horrendas criaturas. O império tomou a providência de criar as primeiras e únicas guildas públicas: A ordem dos cavaleiros negros e a ordem dos guardiões cruzados que depois formariam a Guarda Imperial. Essas classes já existiam desde a época colonial, mas eram guildas mercenárias, fundadas por generais de Varsódis.
O império ainda estimulou à criação de guildas privadas para maior avanço econômico e militar, o que além de fazer com que tivessem capacidade de combater os monstros, fez com que o Império consolidasse poder político absoluto sobre todas as províncias, que no começo, estavam com o pé atrás de serem comandadas por Cirod.
Yuri e os outros estavam lendo todas essas histórias em uma estante de livros que ficava no quarto o qual estavam passando a noite. A curiosidade deles os manteve acordado a noite toda (Na verdade somente Yuri ficou acordado, todos os outros em algum momento dormiram). O que importava agora para ele era chegar na cidade imperial por respostas sobre seu passado, e o que irá fazer no futuro.
Fim do capítulo IV
Notas finais: A partir desse capítulo, começarei a adicionar muito conteúdo original, ou seja, que eu mesmo criei para expandir a história relacionada à saga: Novas cidades, novas classes, novos monstros e etc. já aproveitei pra contar um pouco sobre do que se trata, mas ainda tem muito mais, que vai ser explicado a medida que mais coisas são reveladas. Acreditem, isso foi apenas o começo de tudo. Peguei muitas referências que talvez reconheçam durante a leitura e tentei expressar tudo de forma clara na história. Peço desculpas se ficou muito confuso, mas creio que ficará mais fácil de entender mais para frente na saga. Espero que gostem.P.s: fiz modificações nos dados dos personagens, para ficar mais detalhado e modificar informações que vieram na história.
Dados dos personagens:
Yuri
Idade:48 anos (aparência de 25)
Nacionalidade:
Classe: Ceifeiro
Aparência: Olhos azuis-claros, cabelo moreno médio, pele muito branca, magro, altura média, usa um sobretudo branco com símbolos e aberto misturado a uma calça de assassino o qual se amarra uma faixa vermelha, botas de assassino e luvas. Esconde sua arma embaixo do sobretudo.
Neloph
Idade: 26 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Geffen
Classe: Arquimago
Aparência: Olhos verdes, cabelo moreno médio, altura média, usa vestimentas de arquimago, carrega um bastão dourado com um dragão dourado na ponta.
Rose
Idade: 22 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Alberta
Classe: Criadora
Aparência: Olhos castanhos, Cabelo longo e castanho, altura menor, usa vestimentas de criador(a), carrega uma bolsa e um carrinho com seu arsenal de poções e itens.
Reymond
Idade:19 anos
Nacionalidade: Schwartzvald, Juno
Classe: Mago
Aparência: Olhos pretos, cabelo azul escuro, médio e que tapa um de seus olhos, usa manto e vestimentas de um mago e um bastão comum.
Zoro
Idade:17 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Morroc
Classe: Arruaceiro
Aparência: Olhos castanhos, cabelo vermelho e curto, utiliza vestimentas de arruaceiro, uma faixa cinza em volta do pescoço, e um óculos na cabeça. Carrega consigo uma adaga, arco e flechas.
Jenny
Idade: 25 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Izlude
Classe: Cavaleira
Aparência: Olhos castanhos, cabelo azul-claro e longo, utiliza a vestimenta de cavaleira e uma espada de duas mãos.
Arthos
Idade: 27 anos
Nacionalidade: Rune-Midgard, Prontera
Classe: Templário
Aparência: Olhos castanhos, cabelo curto e verde, utiliza vestimentas de um templário, carrega uma espada média e um escudo grande.